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juillet/décembre 2011 -janvier /juin 2012  - julho /dezembro 2011 -janeiro /junho 2012

 

 Hollywood no Cerrado: Um filme de AVENTURAS FEMININAS

Tania Montoro

 

A palavra aventura vem do latim –adventura - e designa coisas que estão por vir. O tomar consciência de que “viver é perigoso” constitui uma verdade cristalina – e marca a trajetória humana seja pela “aventura – real” ou “ ficcional” independente de seus referentes culturais.

 A aventura sempre acompanhou a história humana e guarda  a magia de conseguir reunir, num só culto individual ou coletivo, pessoas de dez aos oitenta anos .

Em um recorte na história cultural as aventuras singularizam a experiência audaciosa de homens e mulheres que exploraram, colonizaram e desbravaram lugares, povos e línguas desconhecidos atravessando continentes e fundando um destino que dão sentido às suas vidas.

Aos poucos o conceito de aventura foi  sendo apropriado pela industria cultural de lazer e turismo e como afirma o  montanhista Marcelo Krings(2010)[1] foi atualizado  para os  padrões atuais e  pode parecer um tanto desconexo da realidade urbana presente.

   Aventurar-se pode ser resumido como alguém que: “... utilizando seus próprios meios, após um planejamento consciente, a partir em uma data adequada, vai para algum local que se quer explorar e conhecer no qual o incógnito, a imprevisibilidade, a surpresa da descoberta, a contemplação e aprendizado da cultura local tenham lugar. Imaginando um período provável de retorno o aventureiro traz de volta  o conhecimento e a experiência como um crescimento pessoal em todos os sentidos...”

 Na verdade, talvez hoje em dia não se façam aventuras  e aventureiras como antigamente. O próprio instrumento da aventura, o aventureiro ou a aventureira, tem muitas vezes conotação pejorativa, referenciando aqueles sujeitos, que, nos meios de vida conhecidos, vivem de expedientes e de comportamentos inusitados e inconfiáveis.  

 A revolução cientifica e tecnológica em que vivemos  elevou o  nível de vida, vendendo a segurança do trabalho e do lar como componentes de desejo  e conquista civilizatória. Correr riscos e  aventurar-se; viver do inusitado passou a ser visto como uma atividade que pode ser  controlada pelas tecnologias digitais ou exploradas em ambientes virtuais com  jogos interativos sem o trabalho de sair de casa.

   Compreende-se que as reflexões sobre as aventuras, na contemporaneidade,  cedeu lugar para ancorar a noção de herói ou heroína  e mas, como afirma Cardoso(1987:8)[2] os  heróis só existem em suas aventuras pessoais; profissionais; estéticas dentro de uma ousadia que rompe os códigos regulamentares.

     Por isso  é necessário pensar a aventura como um composto de ritual dramático; proezas físicas e psíquicas e um desejo humano de liberdade e de superação  que subverte a ordem e  traduz esta emboscada que montamos ao destino: a aventura.

    O imaginário da aventura nas narrativas no cinema

O imaginário da aventura sempre iluminou a literatura. Aos escritores tradicionais de aventura – ficção sucedem narradores que relatam as suas próprias aventuras e experiências  como viajantes ( diários de viagens) construindo sentidos para suas vidas e para a história.

  A temática das aventuras passou da literatura ao cinema a partir de autores como Emilio Salgari, Julio Verne, Edgar Rice Burroughs ou Edgar Allan Poe e escolheu eixos preferenciais: a aventura exótica oriental ou africana, o filme de mar, seja de guerra, de piratas ou de temas como o ar, a velocidade, a guerra, históricos/ épicos e de experimentos científicos futuristas.  

  Como enfatiza Mascarello( 2006:12) no livro Historia do cinema mundial o tema da aventura invadiu o cinema de tal forma que hoje é um pouco difícil definir as suas fronteiras , podendo facilmente conviver com outros gêneros, como é o caso do western, da ação ou da ficção científica.

 No início, eram essenciais ao gênero os grandes feitos a conseguir, as epopéias a realizar ou as missões a cumprir, enquanto que os homens eram seres quase mitológicos e pouco humanos carregados de sentimentos nobres e despojados de si mesmos. Mais tarde, o cinema centrou-se na figura de heróis míticos como Don Juan, D' Artagnan ou Simbad.

 No cinema tradicional e clássico de aventuras, o herói é uma espécie de cavaleiro medieval, uma personagem quixotesca com reminiscências da literatura de cordel e de imaginários mais antigos Estes temas só se tornam difundidos verdadeiramente com o cinema sonoro, dado que, apesar de algumas alusões orientais dos filmes de Rudolph Valentino, The Sheik (1921) e The Son of Sheik (1926).

 A Aventura também surge nos documentários de Flaherty, e Hollywood não tarda a lançar White Shadows in the South Seas (Sombras Brancas nos Mares do Sul, 1928), de Van Dyke, seguindo-se The Pagan (O Pagão, 1929) e Trader Horn (1930), em que se exploram os mares do Sul e a África.

  O cinema de aventuras explorou, ao longo dos tempos, uma série de personagens e temas desde os fantásticos Super-Homem, o Homem Aranha, Batman aos históricos e literários Conde de Monte Cristo; Três Mosqueteiros; Tarzan (cerca de 50 filmes, desde 1918 até 1972); Zorro; Robin dos Bosques; Ali Babá e os Quarenta Ladrõe;, Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda; Cristóvão Colombo; Lawrence da Arábia ou a mítica Atlântida, numa imensidade de heróis e aventuras.

 A partir de dada altura, foram às sagas temáticas que ficaram em moda, como as filmagens e refilmagens  do Agente Secreto 007; seguiram-se dos destemidos  Indiana Jones (iniciada nos anos 80), de Steven Spielberg, com Harrison Ford; Star Wars (Guerra das Estrelas), a partir dos anos 70, de realizadores como George Lucas, Irvin Kershner ou Richard Marquand, Crocodilo Dundee, dos anos 80, ou ainda as séries Alien, com Sigourney Weaver, e os mais recentes Harry Potter and the Sorcerer's Stone (Harry Potter e a Pedra Filosofal, 2001), de Chris Columbus e a trilogia Lord of the Rings (O Senhor dos Anéis, 2001-2003) de Peter Jackson.

   São as Aventuras femininas?   


Como todo feito histórico das mulheres, as aventuras femininas ainda são pouco exploradas tanto no cinema como na literatura. As mulheres desbravadoras, guerreiras, enfermeiras, cientistas, piratas, mergulhadoras, aviadoras, alpinistas, espiãs, escaladoras correspondentes de guerra, médicas, mártires, revolucionarias,  professoras; atrizes; detetives; inovadoras ainda são olvidadas nos  no imaginário cinematográfico.

Por muito tempo associou-se aventura aos descobrimentos e as navegações – tarefas masculinas, senhoris e heróicas.

As mulheres sempre foram submetidas a grandes pressões para sublinhar instantes de aventura física; na imaginação, nos livros e na literatura. Aceitava-se a mulher a serviço de uma religião ou da assistência humana e como assinala Cardoso (1987:27) não  se pode imaginar quantos véus de freiras ou gorros de enfermeiras esconderam espíritos aventureiros.

  Com o advento da primeira e segunda grande guerra o panorama mudou muito.

A aliança dos humanos com as máquinas proporcionou , particularmente as mulheres, que haviam iniciado sua liberação com o trabalho fora do lar em substituição aos homens nas fábricas , quando eles partiram para frente de combate, uma grande oportunidade de aventuras.Num avião ou volante de uma carro, as mulheres sem maiores esforços físicos, podiam se igualar aos homens em realizações  e desempenhos .

 Conforme destaca Klinck( 1997:31)[3] Na década de 40 ,  em diários de viagens várias são as referencias a mulheres sozinhas ou em dupla viajando pelo desertos, caçando ou explorando as populações da África e o misterioso pacifico sul.  

O cinema com todas as suas possibilidades expressivas, reveladas em luzes e sombras; cores e enquadramentos, focos e movimentos oferece uma possibilidade infinita de exploração de intimidades das aventureiras. Entretanto, com raríssimas exceções encontramos livros e filmes que relatam as experiências  da aventura feminina.

Com a efervescente produção  do cinema nacional nas ultimas décadas esforços consideráveis tem sido feito no sentido de oferecer outra narrativa para os acontecimentos históricos resgatando personagens femininas que participaram da vida política, artística e cultural do país. Filmes como Carlota JoaquinaPrincesa do Brasil (1995) de Carla Camurati- considerado o marco do cinema da retomada - que ultrapassou a barreira do milhão de expectadores , um misto de documentário ficcional - narra episódios inusitados das aventuras femininas na história do país quando da transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808.

Outros filmes como Carmem Miranda - Bananas is my Business(1995) documentário de Helena Solberg  desvenda a trajetória aventureira da show woman atriz e cantora Carmem Miranda que se torna a primeira brasileira a fazer sucesso nos Estados Unidos e  que encarna a dubiedade do relacionamento entre os paradoxos de um país que transita entre a cultura nativa e elementos civilizatórios .

No longa metragem Olga  filme baseado no  livro de Fernando Morais as aventuras e desventuras da judia alemã Olga Benário Prestes (1908-1942), militante comunista desde jovem, que  é perseguida pela polícia e foge para Moscou, onde faz treinamento militar. É encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes ao Brasil para liderar a Intentona Comunista de 1935, se aventurando numa delicada relação amorosa com o líder.

0utros filmes como Zuzu Angel ; Senhoras; Do outro lado da rua; Pagu; Vida de Maria; Mulheres do Brasil; e tantos outros redimensionam o protagonismo feminino tecendo um cinema de alteridade que recoloca as relações de gênero dentro de um marco em que a relação entre o protagonismo feminino e o contexto histórico concentram-se na representação da experiência do feminino  mas dentro de um modelo dominante que privilegia a heroína; a mulher como sujeito político pouco acrescentando sobre as singularidades da aventura feminina seja como um processo de descoberta pessoal seja como um ato de  liberdade ; realização de   sonhos;  de testar limites ou ainda, descobrir o sentido da  vida.

O filme A hora da Estrela dirigido por Suzana Amaral, transmutado  do livro da escritora Clarice Lispector imprime outras linhagens da aventura feminina no espaço do imaginário nacional. Para Araújo(2008)[4] engana-se quem considera o livro e a obra simples pois ela subverte os gêneros literários ao situar entre novela e o romance, problematizando a linguagem através do heterônimo clariceano , a personagem escritor – narrador Rodrigo S.M.

Clarice ao criar uma máscara masculina, deseja problematizar a situação da escrita numa sociedade marcada papéis masculinos e femininos. A máscara clariceana  oferece ao leitor um jogo de encaixes narrativos, no qual Lispector se faz igualmente personagem desta aventura.  Nos treze títulos que propõe o romance vemos a aventura da escrita feminina clariceana: A culpa é minha; A hora da estrela; Ela que se arranje; O direito ao grito; Lamento de um blue; Ela não sabe gritar...

  A estrela – aventureira da escritoroa Clarice faz o jogo da alteridade ao narrar a história de uma retirante alagoana Macabéa que vivendo no Rio de Janeiro , se sente continuamente agredida pela cidade, toda feita contra ela. Em recente seminário no Festival de Cinema Brasileiro de Brasília a diretora do filme afirma que para fazer a transposição da obra literária para a tela de cinema excluiu o narrador masculino Rodrigo S.M.  Suzana Amaral afirmou que no cinema era uma mulher ouvindo as aventuras de outra mulher e criando uma outra personagem mulher... O masculino narrando estas estórias no cinema era demasiado.

O filme de 1986 foi premiado no Brasil e conferiu  o Urso de Prata em Berlim para atriz Marcelia Cartaxo que realizou um impecável trabalho na elaboração e reelaboração das aventuras Macabeanas no cruel  centro urbano do Rio de Janeiro.

  Clarice Lispector batizou  de Aventura uma das suas crônicas publicadas no Jornal do Brasil e selecionadas para o livro A descoberta do Mundo(1999:189)[5]. Afirma a escritora.

   "[...}   ... se aceito o risco não é por liberdade arbitrária ou inconsciência ou arrogância: a cada dia que acordo, por hábito até, aceito o risco. Sempre tive um profundo senso de aventura, e a palavra profundo quer está aí querendo dizer inerente. Este senso de aventura é o que me dá o que tenho de aproximação mais isenta e real em relação a viver e, de cambulhada, escrever."

            Estrela Aventureira: Hollywood no Cerrado

Tomando como eixo a aventura feminina de estrelas de Hollywood e da Broadway que vieram para o Centro Oeste brasileiro como desbravadoras e pioneiras e aqui realizaram  utópicas aventuras que o filme documentário Hollywood no Cerrado em forma de um almanaque audiovisual de resignificação de arquivos fílmicos e fotográficos edifica sua linguagem.

 Entre os anos 40 e 60 o mesmo horizonte que seduziu bandeirantes; imigrantes e convenceu um presidente da republica a transferir a capital do país; também serviu de inspiração para que musas do cinema mundial  viessem habitar o planalto central.

 Esta historia real que parece ficcional aconteceu no sertão goiano de mais de 70 anos atrás.  A primeira a chegar foi a escritora e atriz norte - americana Joan Lowell ; personagem exuberante de suas próprias fantasias ,que fez uma ponta no filme Em busca do ouro; de Charles Chaplin em 1925. Repórter investigativa a escritora viveu uma vida de aventuras até a morte. Esta aventureira que está enterrada na ala dos pioneiros do cemitério do campo da esperança em Brasília, era uma mulher que transitava entre uma espécie de mitomania e uma compulsão pela aventura.

 Joan Lowell  teve uma vida de aventuras pois foi criada pelo pai e viveu anos em um embarcação.  Em 1929 já trabalhando  em Hollywood escreveu o livro The Cradle of the Deep em que narrava suas aventuras supostamente autobiográficas dentro de um barco com seu pai  pela America Central  e que vendeu 75 mil exemplares – um sucesso para época . O sucesso do livro inspirou o filme de longa metragem Adventure Girl  de 1934 dirigido por Herman Raymaker e com roteiro e narração da própria Joan Lowell e que não teve sucesso de público. (Mas para o imaginário feminista ligado a aventura é um Cult que merece ser visto e revisto.)

Diante do fracasso do filme e da separação do diretor de cinema Thompson Buchanan, com quem  havia casado,  e depois de sofrer um aborto em uma véspera de natal, depois de sair do teatro, as luzes apagarem decidiu largar tudo e pegar  o caminho da América do Sul num navio Transatlântico que fazia a rota Nova York – Santos.  No navio ela conheceu e se  envolveu com o capitão/ comandante Leek Bowen que também desencantado com a vida que levava resolveu vir para o Brasil  desbravar as terras brasileiras com uma mulher corajosa e destemida.

 Depois de uma temporada na mata atlântica o casal veio para região do planalto central a convite do engenheiro Bernado Sayao para ajudar a construir a rodovia Belém – Brasília.  

   Neste contexto de marcha acelerada para o Planalto Central configurado na Marcha para o Oeste programa de interiorização do país capitaneado pelo presidente Getulio Vargas e longe do estilo urbano de São Paulo e Rio de Janeiro; o sertão goiano da década de 30 e 40 fecunda o imaginário de artistas norte americanos, intelectuais e europeus como uma aventura ao desconhecido, ao encontro da fortuna, da terra farta, da riqueza e da felicidade num estilo dos cenários ficcionais dos filmes do velho oeste: o estilo de vida dos tropeiros; o garimpo do ouro e pedras preciosas; o cavalo; o revolver; as longas distancias, os vastos horizontes; a paisagem amarela de céu limpo ; a natureza e o encontro consigo mesmo.

A inauguração da ferrovia São Paulo / Araguari / Anápolis em 1935, além de integrar-se ao velho imaginário do velho oeste, transforma de modo permanente o ambiente social e cultural das populações residentes nos povoados e cidades goianas do Planalto.  Muito além de pessoas e mercadorias é através do trem que chegam novos hábitos, modas, músicas e revistas. Chegam também filmes europeus e, de forma regular, os filmes americanos, que passam a alimentar a programação das salas de exibição, que se multiplicam ao longo da ferrovia – salas ainda hoje existentes, mesmo que mal conservadas e utilizadas para outros fins.

Morando no planalto central Joan Lowell escreveu um dos mais preciosos relato de aventuras  Promise Land  que recebeu uma tradução para o português da editora Melhoramentos - ( Terra prometida em 1951). Neste livro narra  com detalhes sua aventura pelo no Brasil. Conforme relato abaixo:

         Talvez a política de boa vizinhança ainda não fosse oficial entre o Brasil e os Estados Unidos, em novembro de 1935 ; mas tive uma recepção amistosa, cordial e a policia marítima e o pessoal da imigração , interrogaram-me largamente sobre os motivos que me traziam ao Brasil , eu, mulher sozinha e com passagem somente de vinda. Se era turista, porque não trazia passagem de ida e volta , se tinha contrato com firma americana; ou se fazia parte de alguma companhia de teatro?  - Não - respondi eu paciente. Vou viver sozinha, o mais longe possível da civilização.

 E aí me perguntaram enfaticamente: Quem a senhora conhece no Brasil.?

 - Ninguém respondi.

- E qual vai ser seu endereço? – perguntou o funcionário da imigração.

- Perto da latitude 25 – repliquei. – Aquele lugar na costa, ao sul de Santos, onde não há aldeia e onde as montanhas encontram o mar.

O oficial pegou meu atestado de saúde onde o comissário de saúde de Nova York atestava que eu não sofria das faculdades mentais. Notei que eles liam várias vezes os meus documentos.

E por fim perguntou: - Qual vai ser sua ocupação, na latitude 25, senhorita?

 - Oh, esperar, apenas, e provar alguma coisa a alguém – respondi.

Os dois oficiais se entreolharam perplexos e conversaram em português, mas percebi que a expressão “latitude” soou bem a ponto de eles desejarem uma boa estada.

O livro com valor literário torna-se um grande sucesso no meio artístico de Hollywood, que ela conhecia bem. A obra  narra todos desafios de viver no sertão brasileiro com a possibilidade de terra farta e ainda com  empresas americanas se instalando para exploração de algodão como Anderson, Clayton e Company of Texas, a leva de imigrantes que chegavam e a terra barata pronta para investimento lucrativo especialmente, com o decreto que previa a mudança da capital do Brasil para o planalto. Isso tudo aguçou a vontade de vir para o sertão goiano.  Além disso, o ouro, o diamante e especialmente; o cristal que passou a ser o mineral mais cobiçado por suas propriedades condutivas e o largo emprego em eletrônica, óptica, cerâmica, vidros, abrasivos, e instrumentos científicos. 

E foi com o livro de aventuras que  a escritora Joan Lowell passou a ser  uma figura de destaque  mantendo  um programa de televisão no canal 6 da TV Brasília. Saindo da cidade grande,do cinema, do barco,  sabia dirigir  automóvel em estradas esburacadas ; sabia ler e escrever , fazia geléias aproveitando as frutas; andava armada e também se misturava com os sertanejos e ajudava a abrir estradas construindo uma vida de aventuras e explorações fantástica sobre o domínio da natureza. ! .

Destemida, corajosa, generosa e culta ela começa um negocio de vendas de terras goianas ( ao redor de Anápolis em Goiás) para artistas americanos. Anápolis recém-fundada, nesta época já contava com vôos semanais comerciais inaugurados em 1943 pela Empresa de Transportes Aeroviários do Brasil e que fazia uma rota Miami/Rio de Janeiro e Anápolis.  Logo depois a VASP também inaugura rotas que vem direto de Chicago para o Rio de Janeiro e indo até  Anápolis.

Sem a construção de Goiânia e Brasília a cidade de Anápolis funcionava como um pólo de matéria prima para exportação de produtos e uma cosmópolis cultural com a vinda de levas de imigrantes europeus ; sírio libaneses e americanos.

O sucesso do livro de aventuras de Joan Lowell no exterior e a sua péssima condição econômica no Brasil a levam a vender terras do planalto central para artistas e intelectuais americanos. Artistas americanos, profissionais do cinema de Hollywood, cantores do Jet set internacional passaram a buscar terras em Goiás anunciada como uma “ terra prometida” de fartura; riqueza; paz; acessível e inusitada.

 E foi assim que aproveitando uma vinda ao Brasil para participar de um festival de cinema no Rio;  que a atriz Janet Gaynor  vem  conhecer o sertão goiano. A atriz com 22 anos  já era bem reconhecida internacionalmente na cena cinematográfica  por receber o primeiro Oscar em 1929; premio maior da critica cinematográfica da Academia de Hollywood por seu desempenho em três filmes  Steventh Heaven ( Sétimo Céu -1927) , Sunrise ( Amanhecer – 1928)  e Street Angel .

 Em 1938  já tinha filmado  seu maior sucesso A Star is Born( Nasce uma estrela) filme indicado também  para o Oscar em 1939  e sucesso no mundo todo. Acompanhada do seu marido o cenógrafo e  figurinista de grandes atrizes, Gilbert Adrian viajam até o planalto central  e  se hospedam na casa da amiga Joan Lowell – no sitio The  Anchorage – nos arredores da cidade de Anápolis marco zero da rodovia Belém – Brasília.

 Movidos pelo entusiasmo da anfitriã – o casal compra então uma    terra perto do sitio da Joan Lowell, já conhecida no planalto como Dona Joana,  constroem uma casa extremamente exótica para os padrões da região , mudam-se para o cerrado  sob o signo da aventura e passam parte da vida entre as aventuras no sertão e as luzes de Hollywood.  Janet Gaynor já morava no planalto  quando foi convidada pela Fox, para fazer o filme Bernadine( 1957) e enquanto filmava em Hollywood  se preocupava com as mudas de café que tinha plantado e com os cavalos que estavam sendo criados no seu sitio no cerrado brasileiro.  

A vinda da atriz consagrada mundialmente Janet  Gaynor para aventuras no sertão desperta a curiosidade de outras aventureiras.

  E assim a  aventura inusitada da saga da “terra prometida” prossegue com a vinda da atriz americana Mary Martin que também se consagrava em Hollywood com os filmes Night and Day “de 1946 , com ela cantando musicas de Cole Porter. Mas o  forte da atriz  eram os musicais da Broadway e Londres – como sua lendária performance em Peter Pan, anos em cartaz com ela fazendo o papel do menino que se recusava a crescer.

 Em Goiás, perto da propriedade da atriz  Janet Gaynor adquire uma propriedade rural  e constrói uma casa toda aberta para natureza  ; aventura-se  a criar galinhas e cultivar flores  em sua experiência como fazendeira.  Em seu livro autobiográfico  My heart Belongs (1984)[6] a atriz relata suas aventuras no Brasil sem falar português , sem saber nada de fazenda , sem conhecer os perigos da vida em campo.

 A aventura da atriz e seu segundo marido  Richard  Hallyday , produtor da Broadway  e da Paramount  no planalto central  nos anos 60 foi marcante e decisiva. Durante mais de duas décadas o casal de aventureiros fixa residência  numa granja com extensos jardins nos arredores de Anápolis  chamado de “ Nossa Fazenda” e ali  recebe  muitos artistas e famosos de Hollywood .

 O  casal de filhos da atriz, do primeiro casamento, também passa longas temporadas no planalto central . O filho mais velho  - o futuro ator -  Larry Hagman, então adolescente, mais tarde , tornar – se- ia conhecido e famoso no mundo inteiro por estrear entre os anos  60 e inicio de  70 ,  o personagem do  sortudo astronauta – Major Nelson -  no seriado de televisão mais visto no planeta -  Jeannie é um gênio escrito pelo talentoso Sidney Sheldon.[7]

O seriado conta as aventuras da super Jeannie, uma mulher com poderes especiais e  que foi encontrada  casualmente dentro de  uma garrafa, numa ilha deserta  que o astronauta  pousou acidentalmente, após uma missão para NASA. 

Entre os anos de  1978 a 1991  o ator fica novamente conhecido no mundo todo por  interpretar o vilão J. R. na série de televisão Dallas  terrível homem de negócios, manipulador sem escrúpulos, mas que acaba arruinando-se em várias ocasiões.  Importante ressaltar que este seriado demarca para historiadores da televisão e cultura – a passagem dos folhetins para estórias de aventuras  que ampliam adeptos pelo mundo e mais receptores para o produto ficcional de televisão aberta e comercial.  

A atriz Mary Martin inaugura na cidade goiana de Anápolis, a primeira boutique da região, na qual  na qual vendia roupas de sua criação, broches, chapéus, adereços que se tornaram disputados pelas mulheres  aventureiras e  imigrantes que podiam assistir suas divas no cinema e conviver com elas “em pele e osso” naquele sertão de femininas aventuras pioneiras.  

A amizade das atrizes Janet Gaynor e Mary Martin durou uma vida. Elas encontram seus rastros em várias fotos; cartaz; entrevistas; momentos e instantes singulares da vida de familiar e profissional de cada uma. Importante ressaltar que o sistema de competição ferrenho entre as mulheres montado pela indústria cinematográfica e analisado no livro As estrelas – mito e sedução no cinema de Edgar Morin (1972:129) mostrando que muitas atrizes se sentiam solitárias e necessitam de cumplicidades para agüentar a masculina máquina mercantil dos estúdios de cinema de Hollywood.

    Eliane Lage:   A estrela aventureira do cinema brasileiro.

A vinda da  atriz rebelde a franco brasileira -   ícone do cinema brasileiro - Eliane Lage  estrela de primeira linha consagrada nos  premiados  filmes Caiçara ; Terra é sempre TerraÂngelaSinhá Moça  da companhia  de cinema nacional - Vera Cruz , a chamada  Hollywood brasileira; para o cerrado  uma história de sucessivas e ousadas  aventuras femininas . Em entrevista ao documentário    a atriz confirma sua verdadeira  paixão pelo Planalto Central e conta  que sua aventura começou nos anos 40  quando  conheceu Goiás a convite  das atrizes norte americanas e  aventureiras em direção a “terra prometida”

Em entrevista relata que “ o primeiro contato com Goiás foi inesquecível. Por intermédio dos amigos Joan Lowell e Captain Bowen, dois aventureiros nova-iorquinos que haviam lançado um livro (Terra Prometida) sobre seus caminhos em Goiás”.

 Eliane conheceu o planalto central e decidiu instantaneamente deixar São Paulo e Rio de Janeiro  e disse ao marido diretor de cinema - “Tom, você volta para São Paulo, vende o sítio, vende tudo, traz só os cachorros. Eu fico. Aqui é o meu lugar”.

Mas em função de compromissos assumidos em protagonismos de filmes da Vera Cruz somente anos mais tarde realizaria o sonho de vir para este mesmo lugar  construído por paisagens afetivas. Atendendo ao desejo e a compulsão cúmplice da aventura  feminina  com as atrizes que conheceu  em décadas anteriores;    primeiro se instalou  na fazenda Raizama, nos arredores de  Pirenopólis, aonde viveu por muitos anos como fazendeira e mais recentemente  na casa 7 na Rua Nova, centro histórico. Foram anos de idas e vindas entre fazenda e casa até que ela vendeu a fazenda, e se instalou na casa centenária..

  Em seu  também livro  autobiográfico Ilhas, Veredas e Buritis – a narrativa de uma mulher, publicado em 2010 ( Ed. Brasiliense) a atriz e  escritora  Eliane Lage, disserta em tom de intimidade  suas descobertas ; experiências e vivencias  no sertão do planalto central ; nas andanças com tropeiros em cavalgadas, em suas descobertas apaixonadas banhadas pela flora e fauna e pela vida aventureira de desbravadora.    Sempre apaixonada pela vida da roç.  Eliane relata  que suas primeiras relações na cidade eram com o pessoal das fazendas. “Depois, tive que vender a fazenda. Agora conheço várias gerações da cidade, pai, avô neto...”.

Relata ainda que quando chegou ao planalto mesmo nas cidades goianas, as pessoas não a reconheciam. Conta, sorrindo, o caso de um senhor de Pirenopolis que a parou perto da rua de Prefeitura e exclamou, indignado:

“Eu estou muito zangado com a senhora! A senhora mentiu pra mim. A senhora disse que trabalhou um pouquinho no cinema, mas a senhora fez cinema mesmo!”

Cumprindo a saga daquelas atrizes aventureiras a atriz confere ao  filme atualidade e vivacidade projetando encontros femininos marcados por trocas e cumplicidades; sinergias e identificações num mosaico de afetividades que se consagram em outras temporalidades.

 Na edição em português do livro da atriz e escritora Joan Lowell  A terra prometida publicado no país  pela editora Melhoramentos(1942:02) ; a atriz norte americana dedica seus escritos para a  atriz rebelde e aventureira brasileira:

A Eliane Lage, cuja beleza espiritual representa, para mim, as grandes qualidades que fazem com que amemos o Brasil. Aos bravos sertanejos, cuja coragem para alcançar novos rincões faz com que o Brasil seja, realmente, a terra da promissão. (Joan Lowell)

    Para Comentar   

 Um ressurgimento do cinema nacional desde um período pós Collor, que impôs uma dieta para o cinema e artes no Brasil convencionou-se a chamar de  período do “cinema da retomada”.  O filme Carlota Joaquina – Princesa do Brasil (1995) é considerado o marco do inicio desta retomada do cinema brasileiro, com alcance de público e com esquemas de distribuições alternativos.

  Pensando um cinema de mais cotidianos, aventuras  e intimidades percebe-se uma aproximação crescente aos dramas individuais e aos espaços de intimidade. Na contramão de grandes paisagens e movimentos sociais o cinema volta suas lentes para outros protagonistas como aventuras femininas; crianças; adolescentes em crise; sambistas; donas de casa; moto-boys; torcedores e esportistas; dançarinos; porteiros de edifícios; os indígenas; os negros e negritudes; os homossexuais e as lésbicas; etc. 

Em seu livro A delicadeza: estética, experiência e paisagens o esteta Denílson Lopes  referindo –se a experiência  deste cinema contemporâneo no país sublinha que na contramão da estética da violência , do excesso e da crueldade muitos filmes da retomada desvendam o real  em tom cotidiano e até  com um certo humor e afirma : por que rumos o cotidiano e a delicadeza vem sendo recuperadas no cinema brasileiro?(2007:102).

Há outra história para ser contada no cinema e que muitas vezes foi posta de lado. Estes novos protagonistas que habitam a as novas salas de cinema são agenciadores da vinculação que configura a existência do social. O vinculo, numa acepção da etolologia[8], diz respeito ao comportamento e à linguagem, constituindo um sistema de aproximação entre os seres pela via da afetividade. Vinculo (do latim vinculum, liame) , é tudo que ata , liga e aproxima. As relações de amizade, os laços, os parentescos, as formas amorosas e afetivas e as aventuras comunicativas  que possibilitam e estabelecem – as linhagens da comunicação.

A ligação afetiva é aquilo que une a linguagem de um documentário feito com poucos recursos e que mergulhou em ampla  pesquisa iconográfica. Revisamos jornais, álbuns, bancos de imagens da imprensa local e nacional, arquivos públicos, cinemateca brasileira, museus de imagem e som.

   Os 10  filmes  das atrizes aventureiras utilizado no decorrer da narrativa do documentário construiu-se como uma escolha estética que procurou re (memorar )os personagens pelas suas aventuras cinematográficas, pela materialidade fílmica,  num jogo de metalinguagem em que o espaço geográfico vai se diferenciando , à medida que associa a determinados objetos e vivencias , que surgem nas formas de representação que a historia concede a cultura.

As pistas que possibilitariam criar um mosaico fílmico em que O documentário de longa metragem  Hollywood no Cerrado descortina  o esforço empreendedor e destemido de mulheres aventureiras que fizeram história tanto no espaço narrativo das temporalidades fílmicas como na apropriação da matéria vivida, da experiência do feminino.

   Eivado de  animações que conferem um ritmo alucinante na montagem;  hibridiza linguagens e gêneros configurando um estilo que articula a história com a memória matizando  a ousadia de  aventureiras utópicas que  pularam das telas de cinema  e musicais da Broadway e vieram  para o cerrado e  tornarem-se fazendeiras e abridoras de estradas e pioneiras da construção da nova capital dos brasileiros -   Brasília .

 Em termos narrativos realiza um movimento pendular entre palavras e imagens, presença e ausência dando lugar a uma memória afetiva orientada para expor os intervalos entre historia e relato. Por isso podemos pensar que a expressão estética  do filme se realiza dentro do campo das audiovisualidades.

nota biográfica:

Tânia Montoro é PHD em cinema e televisão pela Universidade Autônoma de Barcelona. Possui pos doutorado em cinema pela UFRJ. Professora e Pesquisadora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília em que coordena mestrado e doutorado na linha de pesquisa em imagem e som. Cineasta, ensaísta e escritora concentra sua produção bibliográfica e audiovisual na analise da cultura contemporânea sob o viés da critica feminista. É membro da Sociedade de Estudos do Cinema. Seus filmes receberam prêmios no Brasil e exterior.
Publicações mais recentes: A evolução do cinema brasileiro no sec. XX(2005); De olho na imagem(2006) ; Imagem em Revista(2007) e vários artigos para revistas cientificas.


 Referencias Bibliográficas

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[3] KLINK, Amyr. Cem dias entre céu e mar. Ed. José Olympio. São Paulo,1986

[4] ARAUJO, Washington. MACABEA vai ao cinema: A hora da Estrela e a travessia da linguagem literária para a cinematográfica. Ed. Casa das Musas. Brasília, 2008.

[5] LISPECTOR, Clarice. A descoberta do Mundo. Ed. Rocco, Rio de Janeiro, 1999.

[6]     RIVADE, Barry.  Mary Martin - A Bio- Bibliography ; Greenwood Press. New York, 1991.

[7] Pude ver o seriado na TV da cidade de Istambul , quando visitei  em missão acadêmica  em 2009.

[8] Ciência que estuda os costumes, usos e caracteres humanos , os hábitos dos animais e a acomodação dos seres vivos às condições do ambiente, muitas vezes englobando abordagens biológicas , neurobiológicas, psicológicas, semióticas e antropológicas.

labrys, études féministes/ estudos feministas
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