Labrys em grego significa "dupla acha", dupla
lâmina, machado duplo. Arma ou instrumento, era utilizada pelos povos das
Amazonas. Das profundezas da história humana, em torno de 7000/6500 a.C, nos
planaltos da Anatólia - Turquia de hoje-, em Çatal Huyuk, (talvez a primeira
aglomeração humana registrada), a imagem da dupla lâmina estava associada aos
cultos do feminino, às imagens da Deusa, criadora de todas as coisas.
Das planícies da Europa central, a
machadinha dupla surge ainda nas descobertas arqueológicas, o que parece dar crédito
às narrativas de Heródoto sobre as Amazonas: cinqüenta túmulos foram
encontrados na fronteira do Kazaquistão, contendo esqueletos de mulheres
enterradas com suas armas. Jeannine Davis-Kimball explica que os nômades
Sauromates enterravam seus mortos nestes lugares, em 600 a. C. e Heródoto
descrevia-os como sendo os descendentes das Amazonas.
Imersas no mito, as Amazonas revivem em
seus símbolos, como a "Labrys", que imprime suas lâminas duplas nos
muros do palácio de Cnossos, o "palácio da dupla machadinha". Creta
contém imagens e esculturas da Labrys, feita de diversos materiais, de todo
tamanho, das jóias buriladas à escultura gigante. Labrys aparece também nos
selos, e orna vasos, sarcófagos, decorações murais . É associada a várias
divindades femininas da mitologia greco-romana, como Gaia, Réa, Ártemis, Diana
e aparece também em outros lugares do mundo, como na Índia e no Egito. Labrys
é ainda hoje, um símbolo maior de afirmação do feminino.